13 REVISTA Analisando a liderança dentro das organizações, eu gostaria de ter um olhar um pouco mais amplo, indo além deste contexto pandêmico. Acredito, porém, necessário começar a referen-ciar a realidade que enfrentamos e sobre a qual existe consenso: mudanças constantes a nível global e conjunturas imprevisíveis e desafiantes. Uma realidade que, claro, se vive também no ecossistema empresarial, sendo que muitas empresas abordaram de maneira mais rápida, enquanto outras demoram mais para se orga-nizar, aclimatar e ou reconverter. Mas… quais responderam melhor? Foram aquelas que já vinham com alguns exercícios e práticas e contaram com líderes com maior destreza ou flexibilidade de adaptação. Tam-bém se deve reconhecer que a liderança que a crise demandou, e se vislumbra como aspi-racional, já vinha sendo ponderado em muitas organizações antes mesmo desse tempo. Já contavam com líderes comprometidos do ponto de vista relacional, fazendo da inclusão uma realidade tangível, enquanto outras começavam a caminhar nesse sentido. Mas certamente se esboçava essa tendência. Ainda hoje muitas empresas mantêm estru-turas verticais, mas, em geral, cada vez mais adotam modelos de colaboração com maior horizontalidade. Nestas se tratará somente de acelerar uma maior inclusão e integração, ener-gizar ainda mais o espaço para a criatividade e inovação e focar no futuro. Para as empresas que não estão tão avançadas será a oportuni-dade de abraçar o momento, decidir e acionar, com agilidade, propondo a criação de equipes ricas em diversidade e fomentar um ambiente que encoraje a criatividade. Uma inteligência coletiva, olhares e ideias distintas que desafiam e proponham, impulsionando a mudança. O contexto e compromisso com a diversidade dá espaço para o surgimento das comenta-das novas lideranças que surgem e se tornam imprescindíveis dada à atual conjuntura e aos próximos tempos. Pode tratar-se de pessoas já responsáveis por equipes inclusivas com as habilidades requeridas, assim como daquelas que terão a responsabilidade de desenvolvê-las de maneira consciente. Se me tocasse precisar estas habilidades, teria como base minha expe-riência pessoal. Trabalhei, me desenvolvi e cres-ci profissionalmente na DuPont, uma grande empresa e uma escola de gerenciamento. Vivi enormes transformações, experiências corpo-rativas únicas, compras, JVs, dissoluções, vendas e transferências de negócios, fechamentos e até a incrível fusão com a habilidade para criar três empresas especializadas e líderes. Uma trajetória com estruturas tão desafiantes me Silvia Bulla A experiência de aprendizagem continua me ajudando muito no gerenciamento, por isso, convido a todos que tomem um tempo e revisem as carreiras profissionais todas as vezes que seja necessário CEO da DuPont / Argentina