30 REVISTA Da forma como descrevem as conclusões da investigação Future Leaders da LLYC, uma nova geração emerge, líderes que adotam o coletivo de maneira diferente e que são passionais em sua expressão cotidiana, em sua maneira de comunicar seus pontos de vista, suas convicções, suas reivindicações. É uma geração que, confrontada com a reali-dade, apresenta a necessidade de mudança de forma ativa. O cenário que enfrentamos como sociedade é mutante e há novas dinâmicas que afetam a intensidade e a velocidade das conversações, muito além do geracional. O nível de infor-mação que temos é esmagador e em muitas ocasiões pode nos desorientar, fazendo-nos perder a perspectiva. A urgência das mudanças esperadas gera um alto nível de emocionalidade, emoções que por alguns momentos podem dar a sensação de que bloqueiam conversações necessárias. A necessidade de ganhar perspectiva se im-põe, é preciso entender as visões dos diferen-tes atores que confluem em nossa sociedade, para assim destravar os diálogos necessários para encontrarmos as soluções para as ten-sões sociais que nos preocupam. Neste cenário, e com esta confluência de atores com diferentes perspectivas, emerge como uma “bússola” que nos orienta na ação uma renovada procura de propósito. Tanto os novos líderes, como as organizações da sociedade civil, os governos ou as empresas conseguem ganhar perspectiva na procura de seu propósito, procurando impactos positivos para a sociedade. Em certas ocasiões, a energia dos líderes do futuro se canaliza mais em manifestações em redes sociais, em uma espécie de ativismo “circunstancial”, que pode ser tomado como declarativo, sem uma tradução adequada em ação para gerar reais transformações da rea-lidade. Muitas vezes nos encontramos com uma lacuna entre o falar e o fazer. Mas podemos falar que a reivindicação de mudança é escutada por empresas e está endereçada pela forma como nós, cidadãos--consumidores tomamos decisões cotidianas, em como manifestamos nossas preferências. Cada vez que escolhemos um ou outro pro-duto, mobilizamos o mercado em um ou outro sentido. Isto não passa desapercebido pelos agentes econômicos. Facundo Etchebehere Vice-presidente Global de Assuntos Públicos da Danone / Argentina A necessidade de ganhar perspectiva se impõe, é preciso entender as visões dos diferentes atores que confluem em nossa sociedade, para assim destravar os diálogos necessários para encontrarmos as soluções